

A Deputada Federal Tereza Nelma, do PSDB de Alagoas, foi quem tomou a iniciativa, como membro da CIDOSO- Comissão do Idoso da Câmara dos Deputados – de realizar na tarde da última quarta-feira, 21 de e agosto, na sede do parlamento uma audiência pública para debater os Decretos 9893/ 2019 o Decreto 9921/2019, como também o adiamento da 5ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa.
Com transmissão ao vivo, o encontro colocou na mesma mesa conselheiros que tiveram sua atuação no CNDI cassada e membros do Governo Bolsonaro, que não souberam explicar os motivos para o desmonte realizado no CNDI e não apresentaram fundamentos que justifiquem o adiamento da conferência, diante dos documentos levados que provam existir recursos para a realização do encontro nacional ainda esse ano, como estava previsto.
Aproveitando sua presença em São Paulo, para participar da III Conferência Nacional de Lideranças Políticas Femininas, organizada pela FEMAMA – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, o Jornal da 3a Idade fez com a deputada uma entrevista exclusiva, sobre esse momento do Brasil que ela define como ” muito difícil e que precisa mais do que nunca de muita informação”.
Jornal da 3a Idade – Foi da senhora a iniciativa da Audiência Pública na CIDOSO para debater o desmonte que o atual governo fez no Conselho Nacional do Idoso?
Deputada Federal Tereza Nelma – A solicitação da Audiência Pública foi uma demanda minha, vinda de lideranças dos movimentos sociais que trabalham com a questão dos idosos em vários lugares do nosso país, mas principalmente dos que atuam em Alagoas onde lançamos a campanha #DefendaoCNDI, que depois tomou conta de todo o Brasil.
Jornal da 3a Idade – Como a senhora entende os decretos que desmontaram o CNDI e estão engessando a atuação dos movimentos sociais que atuam na defesa dos idosos?
Deputada Federal Tereza Nelma – O Governo Federal não pode tratar os idosos dessa forma. Não pode fazer com que as políticas públicas já construídas, voltadas para as pessoas idosas, sejam desrespeitadas. Somos um país envelhecente e vamos ter cada vez mais idosos no seio da nossa população. Temos hoje 28 milhões de pessoas com mais de 60 anos que precisam das leis que já foram criadas e de muitas outras que precisam ser debatidas. Então temos que avançar e não retroceder no que já foi construído. Eu não entendo como um conselho que era de 28 membros possa passar para seis, sendo só três da sociedade civil e três do governo e ainda mais de um mesmo Ministério. Como vai fazer a integralização com as outras políticas? Como vamos ter representantes da Educação, da Saúde do Trabalho?
