

Hoje faz 15 anos que foi criada a PPI- Pastoral da Pessoa Idosa, como trabalho da igreja católica, fundada para organizar nas comunidades das paróquias o trabalho com idosos em situação de vulnerabilidade.
Oficializada no dia 5 de novembro de 2004 como um organismo vinculado à CNBB-Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a PPI foi idealizada pela médica sanitarista, Zilda Arns (tragicamente falecida no terremoto ocorrido no Haiti, em janeiro de 2010) e pelo médico geriatra, João Batista Lima Filho.
Presente em todos os estados brasileiros, a PPI acompanha mais de 149 mil idosos, em 937 municípios, em mais de 149 dioceses, em mais de 1300 paróquias. O trabalho pastoral é feito por mais de 25 mil líderes comunitários.
Para saber melhor como nasceu esse importante trabalho, o Jornal da 3a Idade conversou com o Dr. João Batista Lima Filho, geriatra paranaense, que tem 39 anos de medicina, dos seus 61 anos de idade. Ele foi presidente da Seção Paraná da SBGG – Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e fez parte do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa. No Conselho Nacional de Saúde ele representa a PPI na Comissão Intersetorial de Atenção à Saúde de Pessoas com Patologias – CIASPP. Também acabou de assumir o Eixo de Fim de Vida, da Comissão Especial de Bioética, da CNBB- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Jornal da 3ª Idade– Como surgiu a ideia de criar uma Pastoral da Pessoa Idosa?
Dr. João Batista Lima Filho – Em linguagem de igreja, podemos dizer que foi por desígnios. Em setembro de 1993 eu estava num voo que ia de Londrina para Curitiba, quando devido ao mal tempo o avião não conseguiu aterrissar. O piloto tentou voltar para Londrina, mas o mal tempo tinha chegado lá e também o avião não pode descer e foi para o aeroporto de Foz de Iguaçu e também lá não foi autorizado. Do meu lado tinha uma pessoa que eu não conhecia a história, só sabia que era uma médica, que tinha um trabalho na Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, com uma exemplar atuação na questão materna infantil. Ela percebeu a minha preocupação, já que a gente não conseguia descer em lugar nenhum e quis me tranquilizar dizendo que a vida dela era um subir e descer de avião constante, disse que tudo ia dar certo. Foi só quando o piloto resolveu fazer uma descida forçada em Maringá, porque o combustível estava acabando, que resolvemos rezar e aí ela se identificou.
