logo

O Deputado Zé Silva, do Solidariedade de MG, é o novo presidente da CIDOSO da Câmara Federal em Brasília

Hermínia Brandão herminia@jornal3idade.com.br
siga o Jornal da 3ª Idade no Instagram

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, em Brasília, desde a última quarta-feira, 19 de março, tem como novo presidente o Deputado Zé Silva, do Solidariedade de MG, que está no quarto mandato.

Agrônomo de formação, é ex-presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) e foi Secretário de Estado de Trabalho e Emprego (2013). Tem forte atuação junto à “Bancada do Agro”, no Congresso. Lutar pelos direitos previdenciários dos idosos é a sua bandeira à frente da CIDOSO. 

Para saber mais sobre como pretende trabalhar na CIDOSO, o Jornal da 3ª Idade conversou com o Deputado Zé Silva, dois dias depois da sua posse.

Jornal da 3ª Idade Gostaria que o senhor fizesse uma apresentação da sua atuação política para as pessoas idosas de todo o Brasil, que acompanham a CIDOSO- a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Deputado Federal Zé Silva (Solidariedade-MG) presidente da CIDOSO Sou engenheiro agrônomo de carreira do Estado de Minas Gerais, da EMATER de Minas, há 32 anos. Também sou aposentado e fui presidente da EMATER, secretário da Agricultura de Minas e estou no quarto mandato de deputado federal. A causa que me levou para o Congresso Nacional foi a do Agro. Especialmente a agricultura familiar, que representa quase 85% dos agricultores do nosso país. Tenho uma vivência com o campo muito forte, mas também abracei outras pautas. Por exemplo, da sustentabilidade, até porque como agrônomo, eu fiz especialização em solos e meio ambiente. Também fui Secretário do Trabalho do Estado. 

Conheço com profundidade a legitimidade do Poder Executivo de ter políticas públicas importantes e, no parlamento, tenho procurado fazer com que o país saia da polarização política e passe a valorizar causas fundamentais como das pessoas idosas, dos agentes comunitários de saúde e de endemias.

Jornal da 3ª Idade – O senhor é um parlamentar experiente, mas novato na área das causas das pessoas idosas. Agora que também se tornou um idoso, o que pensa em começar a trabalhar na CIDOSO?

Deputado Federal Zé Silva (Solidariedade-MG) presidente da CIDOSO Mas eu já tenho uma vivência nas questões do envelhecimento. Na reforma da Previdência,  apresentei uma emenda que foi aprovada e virou lei através de um destaque, em que assegurei que as pessoas do campo pudessem se aposentar mais novos. No campo o trabalho é mais desgastante fisicamente. Também em 2021, um pouco antes, durante a pandemia, entrei muito fortemente, até com requerimento de urgência, com o projeto do 14º salário para os aposentados e pensionistas. Então, pude conhecer um pouco da situação. Ainda não conseguimos.

Posso dizer que conheço um pouco desse trabalho. Como parlamentar, fui votado, em quatro campanhas, em mais de 90% dos municípios de Minas. Trabalho com lares e asilos e também defendendo os direitos previdenciários.

Jornal da 3ª Idade –  No seu discurso de posse na CIDOSO o senhor disse que pretende lutar pelos direitos previdenciários das pessoas idosas. Como pensa fazer isso, principalmente no momento em que os sindicatos, de uma maneira geral, estão bastante desprestigiados?

Deputado Federal Zé Silva (Solidariedade-MG) presidente da CIDOSO Primeiro precisamos criar um sistema, um banco de dados que seja inteligente e eficaz, para quem vai se aposentar, porque hoje é um caminho muito longo. Acompanho, especialmente, os segurados especiais da Previdência. O INSS nega e é preciso recorrer à justiça. Tem que criar um banco de dados eficiente, contando com a agricultura familiar. Assim, quando chegar o momento da aposentadoria, toda a documentação já estará pronta e vai evitar uma caminhada que, às vezes, não dá resultados.

Temos que desburocratizar e garantir que esse direito seja assegurado com celeridade. Para  mim, o principal problema da Previdência é essa demora da aposentadoria, que faz grande parte ter que recorrer à justiça. Ela tem que ser automática se a pessoa já está habilitada. Assim que completa o prazo torna-se um direito conquistado.

Jornal da 3ª Idade – Como o senhor tem essa preocupação com organização através de bancos de dados, lembro que uma antiga reivindicação dos grupos e das entidades que trabalham com pessoas idosas é exatamente ter um link para acompanhar a CIDOSO. O que já foi apresentado? O que foi aprovado na Comissão? Quais dos projetos aprovados na CIDOSO realmente viraram Lei?

Deputado Federal Zé Silva (Solidariedade-MG) presidente da CIDOSO – Hoje a tecnologia da informação ajuda muito, ela é aliada das pessoas.  Em relação à Comissão, o caminho é muito mais curto, porque vai depender muito mais de eu entender essa demanda. Fui presidente de outras comissões e uma das marcas do nosso trabalho é exatamente ter um planejamento estratégico, ter metas claras. Então, por isso, quero me aprofundar nessa demanda e pode ter certeza que vou procurar desenvolver uma ferramenta para dar transparência e também acessibilidade a essas informações das proposições que tramitam no Congresso Nacional. Fica aqui o meu compromisso de trabalhar nesse desafio que você me apresenta, que eu não conhecia. 

Jornal da 3ª Idade –  Em 2025 teremos um ano repleto de Conferências. A Conferência Nacional da Pessoa Idosa será em novembro. Entre julho e agosto, todos os estados estão fazendo as suas conferências estaduais Desde o começo de fevereiro, milhares de municípios por todo o país estão se organizando nas suas conferências municipais. Como a CIDOSO vai poder contribuir nesses debates?

Deputado Federal Zé Silva (Solidariedade-MG) presidente da CIDOSO – Tudo que um parlamentar que tem uma visão de Estado precisa são de demandas que são legítimas. Até Santo Agostinho fala que a lei para ser boa tem que ser justa, não é? Então uma lei só é boa, um debate só é bom quando ele tem essa legitimidade.

A maneira de fazer o que chamo em Minas dessa escutatória é poder ouvir os idosos nas conferências municipais, porque está do lado da casa dele. O Brasil acontece nos municípios, nos estados, e ali os governos podem conhecer os desafios de cada um.

Na Conferência Nacional com certeza teremos a pauta nacional dos desafios em relação às pessoas idosas. Pronto, você já me trouxe uma proposta, já fica aqui também o nosso compromisso de desenvolver algo, alguma ferramenta que dê com simplicidade o acesso para as pessoas saberem como é que está tramitando as propostas, esses desafios que estão sendo tratados no parlamento.

Jornal da 3ª Idade – Para fechar, queria perguntar uma coisa, aproveitando que hoje 21 de março é o Dia Mundial da Poesia. Li na sua biografia que o senhor tem obras publicadas de poesia. Vamos ter um presidente da CIDOSO poeta? 

Deputado Federal Zé Silva (Solidariedade-MG) presidente da CIDOSO – Nasci e fui criado na roça, onde a natureza ensina muito. Pretendo publicar a segunda edição do meu livro de poesias Também terminei de maneira inédita, um projeto de preservar uma árvore do Cerrado- o Pequizeiro-  com  uma poesia, encerrando lá o meu relatório sobre o Pequizeiro.

Jornal da 3ª Idade – O senhor tem alguma poesia sobre as pessoas idosas?

Deputado Federal Zé Silva (Solidariedade-MG) presidente da CIDOSO – Tem sim, ela se chama “Marcas do Tempo”.

Entendo o tempo que vai sem espera 

Na sua estrada sabe ser implacável nas marcas que deixa 

Na imaginação é professor no cultivo da experiência e sabedoria

No coração fica encanto, saudade ou desilusão 

Aos olhos nem sempre é igual ao vinho 

Os sinais dos anos atuam com crueldade

Entendo o tempo que não espera 

Se vai

E eu não vou com ele ( Zé Silva)