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1º Seminário do Campo Limpo e M´Boi Mirim debateu as fragilidades das pessoas que envelhecem nos territórios

1º Seminário do Campo Limpo e M ´Boi Mirim reuniu mais de 250 pessoas no auditório da UNISA. Foto: jornal3idade.com.br
por Hermínia Brandão 
herminia@jornal3idade.com.br

O 1º Seminário do Campo Limpo e do M´Boi Mirim, com o tema “Vulnerabilidades e Fragilidades no Envelhecimento” aconteceu na última quinta-feira , 17 de agosto, com a presença de mais de 250 pessoas, no auditório da Universidade de Santo Amaro.

Organizado como um simpósio regional, contou com gestores locais da Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal da Assistência Social, das Subprefeituras, Fóruns das Pessoas Idosas e apresentou os principais dados dos territórios, com suas principais demandas. O Subprefeito de M´Boi Mirim, João Paulo Lo Prete, esteve presente durante todo o evento. Da Subprefeitura de Campo Limpo esteve presente o chefe de gabinete

Procuramos levantar as principais questões das pessoas idosas nos territórios de Campo Limpo e M Boi Mirim, principalmente para aquelas que chamamos de “pessoas invisíveis”. Sabemos que não é um problema só local, mas acreditamos que fazendo um trabalho em rede da Saúde, da Assistência Social e dos Fóruns vamos conseguir descobrir como atuar junto a essa parcela da população, disse a psicóloga Marilucy Nardelli Wandermuren Marucci, da Supervisão Técnica de Saúde do distrito de M`Boi Mirim.

Temos no território um aumento da população longeva de 75 anos e mais, que está ausente da rede de apoio, morando só, com  idosos cuidando de idosos, num território que tem uma alta vulnerabilidade social. Nossa  rede de Saúde e Assistência Social é insuficiente para atender as necessidades de cuidado dessa parcela da população. O seminário foi o ponto de partida para  partilhar informações e elaborar um retrato mais nítido dos territórios, no que diz respeito à realidade dos moradores idosos, explicou Neuza Correia Cavalcante, da Supervisão Técnica de Saúde do distrito de Campo Limpo.

As duas profissionais da Secretaria da Saúde, organizadoras do encontro, destacaram que os serviços locais conhecem as pessoas idosas que precisam ser assistidas, mas a falta de equipamentos próprios não permite o acompanhamento adequado.

Temos que partir para a criação de um comitê intersetorial que possa se aprofundar nesse olhar enquanto promove uma atuação integrada entre saúde e assistência social. Atuar nos antecipando às demandas da população idosa, pois, cada vez mais ela lida com aspectos como a falta de uma rede de apoio suficiente para as necessidades de cuidado, completou Neuza Cavalcante.

O Seminário veio fortalecer a participação da sociedade civil nesse espaço de discussão das várias expressões das necessidades da região. Precisamos ampliar as políticas públicas que já existem  vinculadas à assistência e à saúde da pessoa idosa. Precisamos de uma política de cuidadores e de  novos serviços, disse a assistente social aposentada, Miriam Pimentel de Souza Rocha, coordenadora do Fórum da Pessoa Idosa do M´Boi Mirim.

A coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) do M’Boi Mirim, Valéria Santos Ferreira apresentou dados do território sobre a população idosa, os serviços que atendem esse público e a necessidade de ampliação das políticas, com a implantação  de mais serviços como ILPI, CDI E CAEidoso

A criação de equipamentos híbridos, que ofereçam serviços da Saúde e da Assistência Social, que ainda não existe nos territórios é a maior reivindicação dos que estiveram no evento.

Palestra tratou das várias formas de violência

A assistente social Marília Berzins, Especialista em Gerontologia e Doutora em Saúde Pública fez a palestra do Seminário. Foto: jornal3idade.com.br

Conhecida por estudar o tema da Violência Contra a Pessoa Idosa, a Especialista em Gerontologia, Marília Berzins, foi a convidada para fazer a palestra do 1º Seminário do Campo Limpo e do M´Boi Mirim. Ela falou da importância desse tipo de encontro para apontar as necessidades locais e levantar as muitas questões que muitas vezes não se caracterizam como comportamento danoso, mas que são formas de violência.

Muitas vezes achamos que a família é o melhor lugar do mundo para a pessoa idosa ficar, mas às vezes sair de perto daquela família é a melhor solução. As técnicas da assistência social trabalham com a necessidade de resgatar vínculos, mas às vezes não se tem de onde resgatar. A institucionalização pode ser a salvação da vida de uma pessoa, mas não temos equipamentos públicos para todos. Embora a violência dentro de casa, com a família, venha sendo registrada como a mais comum, ela também está nos espaços públicos. Nos últimos anos, avançamos, mas ainda temos muito trabalho e atuar em rede será fundamental, disse a Dra. Marília Berzins.