(Acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo/reprodução)
(Acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo/reprodução)
Até 18 de maio, quem estiver em São Paulo, pode desfrutar da exposição Carolinas, que a Caixa Cultural, no Centro Histórico da cidade, oferece grátis, de terça a domingo, das 8h às 19h, em homenagem à escritora Carolina Maria de Jesus.
O evento foi inaugurado no dia 14 de março, aniversário de nascimento dela (1914) e reúne obras de 11 artistas negras contemporâneas, buscando destacar o legado da escritora nas novas gerações e reforçar o impacto de sua multifacetada produção artístico-literária para a arte e cultura brasileira.
Formada por obras de múltiplas técnicas e elementos, como pinturas, esculturas, bordados, entre outros, a exposição reúne trabalhos das artistas Ana Paula Sirino, Antonia Maria, Bianca Foratori, Chris Tigra, Gugie Cavalcanti, IsaSilva, Mayara Amaral, Negana, NeneSurreal, Siwaju e Soberana Ziza. Essas artistas apresentam obras que permeiam o universo de Carolina trazem referências em suas cores e simbologias.
“A vida e obra de Carolina permitem vislumbrar análises profundas da sociedade brasileira, bem como críticas à condição da negritude no país, construídas a partir de sua própria travessia por cidades, bairros, becos e vielas. Seu percurso é marcado pelo enfrentamento da precarização e pela luta diária contra a fome – um tormento que ainda ecoa em grande parte da população. “O que colocarei na mesa esta noite?” foi uma pergunta que a acompanhou ao longo da vida”, destacam as curadoras da exposição, Thais De Menezes e Vera Nunes. Elas ainda completam: “Mas foi sobre essa mesma mesa que escreveu madrugadas inteiras, transformando em literatura suas vivências, indagações e, ao mesmo tempo, sua inabalável esperança.”
Sobre Carolina Maria de Jesus
Nascida em 14 de março de 1914, em Minas Gerais, Carolina Maria de Jesus foi uma mulher de grande destaque nacional cuja vida e obra reverberam até os dias de hoje. Apesar de ter cursado apenas dois anos de estudo formal, encontrou na escrita uma ferramenta para dar voz às suas experiências como mulher negra e registrar de forma ímpar a realidade social do Brasil. A escritora faleceu em 13 de fevereiro de 1977.
As obras de Carolina de Jesus já foram lançadas em 46 países e traduzidas para 16 idiomas. Ela deixou mais de 5 mil páginas escritas, entre romances, poemas e canções. O livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, lançado em 1960, é a obra mais famosa da escritora. Entre 1977 e 2018, após a sua morte, foram publicadas mais cinco obras: Diário de Bitita (1982), Meu Estranho Diário (1996), Antologia Pessoal (1996), Onde estaes Felicidade? (1977) e Meu sonho é escrever (2018).