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Maria da Penha Silva Franco, artífice da Política Nacional do Idoso, faleceu hoje no Rio de Janeiro

 

É com muita tristeza que o Jornal da 3a Idade divulga o falecimento, hoje, de Maria da Penha Silva Franco, aos 85 anos, no Rio de Janeiro. A cerimônia de cremação será amanhã às 15 horas, no Memorial do Carmo, na Capela 6, no bairro do Caju. Ela deixa uma filha e o esposo.

Ela foi uma das pessoas mais importantes na construção da Política Nacional do Idoso nos anos 80/90, incansável defensora da Assistência Social, fez a diferença na organização de todas  as conferências nacionais da pessoa idosa e foi mestra de gerações de gerontólogos.

Um pouco da sua história


Maria da Penha Silva Franco nasceu em Vitória, no Espírito Santo em 14/03 /1934. Formou-se como Assistente Social pela PUC/RJ em 1956, mesmo lugar onde, muitos anos depois, voltou a estudar Gerontologia Social. Foi servidora pública de 1962 até 2013.

Participou de todos os governos, do Estado da Guanabara e Rio de Janeiro em cargos de gerenciamento. Foi membro do grupo de trabalho da fusão entre os dois Estados, como coordenadora, nos anos de 1974 e 1975.
Aposentou-se em 1990 e voltou a trabalhar no governo estadual, desta vez como coordenadora regional na Secretaria de Estado do Envelhecimento Saudável e Qualidade de vida.

Demais funções exercidas: Foi presidente do Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais – CBCISS – por dois mandatos;  vice-presidente da Associação Nacional de Gerontologia- ANG/ Brasil; vice-presidente do Conselho Internacional de Bem Estar Social, órgão de Assessoria ao Conselho de Desenvolvimento Social da ONU para a América Latina e Caribe- mandato de 8 anos (dois períodos); presidente da 32ª Conferência Internacional de bem-estar social realizada em Brasília – 2006- participação de 44 países.

Também foi membro da Comissão organizadora da Conferência Nacional de Defesa da Pessoa Idosa 2010/2011.
Recebeu moção de reconhecimento pelos serviços prestados à população idosa na assembleia final da Conferência Nacional; participou de todas as reuniões e fóruns de discussão sobre o texto do Estatuto do Idoso e emitiu parecer final no texto aprovado; participou  com os gestores estaduais da política do idoso e conselhos estaduais da sessão de aprovação do estatuto na câmara federal e foi a Coordenadora Nacional da Política do Idoso no Ministério de Assistência Social- 2003/2005.

No governo do Estado do Rio de Janeiro ocupou de 2007 a 2013 a Superintendência de Políticas para Pessoa Idosa na Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos. Como membro do Conselho Estadual do Idoso exerceu por duas vezes o mandato de vice-presidente e de presidente.


Depoimentos sobre Maria da Penha


Sandra Regina Gomes – SP Especialista em Gerontologia, Coordenadora da Coordenadoria da Pessoa Idosa da Prefeitura de São Paulo: Penha, difícil seguir adiante sem você, mas creia que continuaremos na luta pelos direitos da pessoa idosa, como você nos ensinou. Sua trajetória, seu exemplo são legados que ficarão para sempre nas políticas públicas do nosso País. Avante minha querida e descanse em Paz!


Dina Frutuoso- RJ -Especialista em Gerontologia, presidente da Comissão da Pessoa Idosa da Associação Nacional de Imprensa sediada no Rio de Janeiro

Penha foi uma lutadora incansável pela temática da pessoa idosa. Tivemos muitas divergências, mas conseguimos trabalhar durante os 10 anos em que fui do CEDEPI RJ em prol do envelhecimento, com garra que era a atitude dela. Havia uma curiosidade muito interessante. Penha era vaidosa e gostava muito de bijuterias e presenteava suas auxiliares a cada semestre Sempre arrumava espaço para as novidades. Era uma pessoa festeira e animada, apesar de alguns revezes de saúde. Penha foi por muito tempo a ligação, para eventos e tudo que envolvia a pessoa idosa. Seu foco era permanente! Bom e merecido descanso nossa PENHA!

Hermínia Brandão -SP – jornalista, editora do Jornal da 3ª IdadePenha foi uma das poucas pessoas de projeção na área do envelhecimento que em 1995 de imediato entendeu a proposta inédita do Guia Brasileiro da 3ª Idade. Sempre a procurava quando ia ao Rio de Janeiro. O difícil era encontrá-la num só lugar!