A Rede Solidária de Formação em Envelhecimento, criada com membros voluntários da Pastoral da Pessoa Idosa da Arquidiocese de São Paulo, que fez reuniões periódicas durante anos, com coordenadores e líderes da PPI, de grupos de terceira idade e associações de pessoas idosas, está de volta, em 2025.
No dia 10 de abril as reuniões serão retomadas com o primeiro encontro marcado para se realizar na sede da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, na Av. Mal. Eurico Gaspar Dutra, 1853 – Parada Inglesa, na Zona Norte.
Para saber mais sobre a iniciativa, o Jornal da 3ºª Idade conversou com uma das idealizadoras dessa rede, a advogada Conceição Aparecida de Carvalho, coordenadora da PPI da Arquidiocese de São Paulo, presidente da Comissão dos direitos da Pessoa Idosa da OAB Seção Ipiranga e membro do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa Idosa.
Jornal da 3ª Idade– Por que foi criada a Rede Solidária de Formação em Envelhecimento?
Conceição Aparecida de Carvalho, coordenadora da PPI da Arquidiocese de São Paulo – A Rede nasceu em 2015, através de um grupo formado de pessoas com o mesmo propósito, de ampliar o olhar para a pessoa idosa e oferecer um pouco mais do que já fazíamos com as visitas domiciliares. Como coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa da Arquidiocese de São Paulo, tenho que gerenciar as visitas realizadas nas seis regiões da Arquidiocese de São Paulo: Belém, Santana, Lapa, Sé, Ipiranga e Brasilândia. Com o tempo de atuação fui percebendo que apesar da suma importância das visitas, faltava levar mais conhecimento, um certo aprendizado, uma certa forma de capacitação. A maioria dos idosos são pessoas que estão em plena solidão e muitos em abandono pelos familiares, um infeliz fato real na cidade de São Paulo.
Jornal da 3ª Idade – E como ela nasceu?
Conceição Aparecida de Carvalho, coordenadora da PPI da Arquidiocese de São Paulo – Conversei inicialmente com a Neide Garcia, que também é advogada e na época era coordenadora da Região Episcopal da Lapa da Arquidiocese de São Paulo. Como estávamos perto do 15 de junho, data alusiva ao Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa pela ONU, pensamos que essa poderia ser a primeira palestra. Procuramos oMinistério Público, para buscar alguém que pudesse falar a respeito dessa questão da violência crescente contra as pessoas idosas. Tivemos uma benção, porque conhecemos uma pessoa iluminada: o doutor Delton Esteves Pastore, então responsável pela área da pessoa idosa do MP e atualmente Procurador de Justiça do Ministério Público de SP. Ele nos atendeu de braços abertos e de imediato se dispôs a ajudar a formar essa rede. Todas as pessoas que estavam nesse encontro guardam até hoje, no coração, esse momento especial. A partir daí começamos a desenvolver esse trabalho e denominou-se Rede Solidária de Formação e Envelhecimento.
Jornal da 3ª Idade – Quais os propósitos dos encontros da Rede Solidária de Formação em Envelhecimento?
Conceição Aparecida de Carvalho, coordenadora da PPI da Arquidiocese de São Paulo – Temos como objetivos oferecer orientações sobre as leis e os serviços já disponíveis para as pessoas idosas. Promover encontros e diálogos para que juntos possamos encontrar caminhos para um agir mais solidário, visando um cuidado integral da pessoa idosa. Em cada encontro direcionamos um tema de interesse dos idosos e de quem trabalha com eles. Já falamos sobre vários assuntos: o Estatuto da Pessoa Idosa; sobre os aspectos do envelhecimento em geral; dos direitos e deveres da pessoa idosa; informações sobre os serviços oferecidos no território e a importância de compartilharmos experiências. Isso continua atual, necessário e precisamos dar continuidade.
Jornal da 3ª Idade – Quem faz parte da Rede e quem pode participar?
Conceição Aparecida de Carvalho, coordenadora da PPI da Arquidiocese de São Paulo – Do grupo formador continuam: o Dr. Delton Pastore do Ministério Público; a advogada Neide Garcia, que não é mais coordenadora da Lapa, mas continua líder; a catequista Eunice Lopes que era coordenadora da Região do Ipiranga e continua como líder; a advogada Neusa Batista, que deixou de ser coordenadora da Região Santana e continua como líder, a jornalista Hermínia Brandão e eu. Hoje temos a Irmã Sônia da Cáritas e várias outras pessoas valiosas para o nosso propósito.
A Rede nasceu como um braço da Pastoral da Pessoa Idosa da igreja católica, mas é uma ação ecumênica, que está aberta para todas as pessoas interessadas em assistir e trazer contribuições.
