Com o tema “Saúde Mental Enquanto Há Tempo”, o ano começa com a companha Janeiro Branco, que há 10 anos busca conscientizar, a sociedade em geral, sobre os cuidados com essa questão de bem-estar. Desde abril do ano passado ela foi adotada pelo Ministério da Saúde (Lei 14556/23) e agora todas as secretarias de saúde do país incluíram oficialmente no seu calendário de ações para prevenção do adoecimento mental e emocional da população.
Seu idealizador, o psicólogo mineiro Leonardo Abrahão, explica que o chamamento da campanha é em janeiro, mas que a discussão deve fazer parte dos debates nos grupos o ano todo. Ele lembrou que a campanha nascida na cidade de Uberlândia, no Interior de Minas Gerais já está sendo replicada há alguns anos em diferentes países.
A cor branca foi escolhida para representar um recomeço, um novo ciclo, que pode trazer a chance de rever velhos hábitos, que não estão fazendo bem, e modificá-los através do autoconhecimento e de ajuda médica especializada.
Nos últimos anos, com a sobrecarga da pandemia da Covid19, o número de casos de doenças mentais aumentou muito. Disparou o número de pessoas sofrendo por estresse, irritabilidade, fobias, ansiedade, depressão e pânico.
A campanha quer fazer as pessoas entenderem que todo mundo precisa de ajuda, em diferentes situações e em diferentes graus. Procurar a ajuda de psicólogos, psiquiatras e terapeutas certificados, deve ser encarado como uma decisão sensata e importante.
O Jornal da 3ª Idade publica amanhã, 9 de janeiro, uma entrevista com o médico psiquiatra e professor colaborador do Instituto de Psiquiatria da USP, Rodrigo Martins Leite.
Transtornos mais comuns no país
Segundo o Ministério da Saúde, um dos problemas que mais afeta a população brasileira é a ansiedade, que pode ser causada por uma variedade de fatores, como estresse, pressões sociais, problemas financeiros e traumas. Depressão, seguida de transtornos alimentares, transtorno bipolar e transtornos relacionados ao uso de substâncias são outros distúrbios recorrentes no país.
Atualmente, em todo o Brasil, há 2.884 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) habilitados pelo Ministério da Saúde para acolhimento e tratamento de pessoas com distúrbios de saúde mental. O país tem 72 unidades de acolhimento, cujo acesso ocorre via CAPS. Os espaços oferecem acolhimento protetivo por até seis meses, a depender do projeto terapêutico. Do total, 26 são para atendimento infanto-juvenil: dos 10 anos de idade até os 18 incompletos. As outras 46 unidades são destinadas a adultos.