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Tese sobre a Pastoral da Pessoa Idosa, na PUC-SP, dá o doutorado para advogada Conceição A. Carvalho

As observações colocadas pela  banca formada pelos professores que aprovaram a tese de doutorado A Pastoral da Pessoa Idosa e os Desafios do Diálogo Interreligioso: a experiência na Arquidiocese de São Paulo, de Conceição Aparecida de Carvalho, devem servir não apenas para melhorar o texto que deverá se transformar em livro. As reflexões apresentadas precisam ser pensadas por aqueles que comandam a PPI, em todo o Brasil.

O mundo vai pedindo cada vez mais compaixão. A tese é atual, porque pesquisa que nasce da prática tem outro sabor. Muito mais que um diálogo interreligioso movimentos como a PPI precisam ser ecumênicos. O ecumenismo nasceu dos protestantes, portanto, ele é evangélico. Ele começou em 1910 na Escócia, com a Primeira Conferência Missionária Mundial, entre diversas denominações cristãs na busca do diálogo e cooperação comum, buscando superar as divergências históricas e culturais, a partir de uma reconciliação cristã que aceite a diversidade entre as igrejas, falou o Prof. Ênio José da Costa Brito, Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana.

O tema é relevante, do ponto de vista social e também pelo olhar que a igreja católica deve ter com o momento que vive. Jovens estão indo embora de todas as igrejas, em todas as denominações. Os idosos são cada vez mais a maioria nas igrejas. Portanto, o olhar da PPI deve refletir sobre todos os idosos, não só os vulneráveis, aqueles que não conseguem mais acompanhar as visitas aos templos, mas também sobre os que permanecem, porque eles são a igreja, disse o Prof. Wagner Lopes Sanchez, Doutor em Ciências Sociais e coordenador do Programa de pós-graduação em Ciência da Religião, da  Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

A igreja católica ainda é muito conservadora, principalmente no Brasil. Na nossa recente experiência da pandemia da Covid19, vimos o quanto os idosos foram descartados, por grupos e pessoas. Os agentes pastorais devem ter um olhar diferenciado, não só como doação de tempo, porque senão fica só no assistencialismo. O idoso que é atendido e o idoso que atende deve, antes de mais nada, ser observado como ser social, falou a Prof.ª Maria Aparecida Oliveira dos Santos Correa, Doutora em Ciências da Religião pela PUC de SP, que confessou não saber anteriormente da existência da PPI.

O artigo 3º do Estatuto da Pessoa Idosa estabelece que a família, a comunidade, a sociedade e o poder público têm o dever de assegurar aos idosos os direitos e garantias previstos no Estatuto, com absoluta prioridade. A interreligiosidade é uma técnica que a PPI pode adotar para que a igreja se aproxime mais da modernidade, abrindo espaço no seu conservadorismo, falou o Prof. Delton Esteves Pastore, Doutor em Direito pela Universidade de SP (USP).

Quando se fala em PPI não podemos esquecer da Dra. Zilda Arns, que foi a idealizadora da Pastoral da Pessoa Idosa e além de religiosa era uma sanitarista, atualizada com o seu tempo, que tinha um olhar misericordioso, mas sempre com a perspectiva do olhar cidadão, disse o Prof. João Décio Passos, Doutor em Ciências da Religião pela PUC de SP, presidente da banca examinadora.

A advogada, Mestra em Gerontologia e agora Doutora em Ciências da Religião, Conceição Aparecida de Carvalho é também a coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa, na Arquidiocese de São Paulo, com atuação em 6 Regiões Episcopais.