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Entrevista com o presidente do Conselho Estadual da Pessoa Idosa do Acre, Tupinambás de Oliveira Lima

O presidente do CEDI-AC- Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do Acre- Tupinambás de Santana de Oliveira Lima, é o terceiro entrevistado da série que o Jornal da 3ª Idade está fazendo com todos os presidentes de conselhos que defendem os direitos das pessoas idosas na Região Norte do Brasil.

Engenheiro agrônomo, de 77 anos,  nascido no Pará, que está no Acre há 45 anos, tem 6 filhos e 7 netos. No CEDI-AC é representante da sociedade civil, na gestão, que terminará em dezembro próximo.

Sua maior preocupação, como conselheiro, é achar caminhos para que os órgãos públicos consigam amparar os idosos mais carentes, quase sempre as maiores vítimas da violência.

Jornal da 3ª Idade – Qual a situação do  CEDI-AC atualmente? 

Tupinambás de Santana de Oliveira Lima, presidente do CEDI-AC- Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do Acre– O Conselho é paritário, composto por 20 entidades, sendo 10 governamentais e 10 não governamentais. Temos um grau de participação relativamente bom, embora a expectativa seja estar sempre com 100% de presença. Dentro do que nos propomos a atuar, acredito que estamos tendo alguns êxitos. Temos trabalhado mais em cima das denúncias. Quando elas surgem, procuramos os órgãos competentes para que o atendimento que está sendo pleiteado ocorra. Não contamos com os recursos necessários para fazer um trabalho mais amplo. Sempre digo aos colegas que precisamos atuar de uma forma mais efetiva nos conselhos municipais. O sustentáculo do apoio da assistência aos idosos é através dos conselhos municipais. De maneira geral acredito que estamos fazendo um bom trabalho.

Jornal da 3ª Idade – A atual gestão terminará quando?

Tupinambás de Santana de Oliveira Lima, presidente do CEDI-AC- Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do Acre– Até o final de dezembro de 2023. Na gestão atual que estamos terminando a presidência é governamental, mas no dia 28 de agosto eu assumi, porque a nossa presidente, uma moça da área da saúde, tirou licença maternidade Não interrompemos e demos continuidade. No dia 17 de dezembro terá nova eleição e desta vez a presidência será da sociedade civil.

Jornal da 3ª Idade – O senhor citou que o CEDI-AC trabalha em cima das demandas que surgem. Quais são as mais frequentes?

Tupinambás de Santana de Oliveira Lima, presidente do CEDI-AC- Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do Acre– Infelizmente, a maioria das reclamações que aparecem são as mesmas que acredito acontecem nos demais estados: a violência contra a pessoa idosa, quase sempre dentro da sua própria casa. A segunda ordem de problemas surge com a falta de atendimento médico. Não é que exista falta de disposição das autoridades da saúde, mas falta capacidade de atendimento. Falta critério, não basta somente garantir o atendimento. Em Rio Branco, a Secretaria de Saúde começou a fazer uma classificação, importante e necessária para o acompanhamento médico da pessoa idosa. Eles estão adotando um teste de capacidade, uma avaliação multifuncional, que vai definir a prioridade no atendimento. Assim, a idade deixa de ser o fator determinante para o atendimento. Uma pessoa de 80 anos pode estar melhor que uma outra de 60 anos, então mesmo ambas sendo pessoas idosas, quem deve ser atendida é a mais frágil, que nem sempre é a mais velha. 

Jornal da 3ª Idade – Quantos conselhos municipais existem no Estado do Acre?

Tupinambás de Santana de Oliveira Lima, presidente do CEDI-AC- Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do Acre Temos 22 municípios e em 20 existem CMI criados, mas nem todos estão em pleno funcionamento. Alguns trabalham de forma adequada e outros com dificuldades. Um dos problemas que dificulta para o melhor desenvolvimento dos conselhos municipais é a forma obrigatória de composição do seu colegiado. Nos municípios menores onde não existem entidades suficientes para preencher o número satisfatório de conselheiros. Normalmente nos municípios as entidades não governamentais estão limitadas às igrejas católicas e evangélicas. Quase sempre não se encontra maneiras de fazer o conselho paritário. Por outro lado, as secretarias das cidades pequenas têm poucos recursos, muitas vezes estão precárias, com funcionários que não tem uma qualificação suficiente para acompanhar o seu CMI da forma adequada.

Jornal da 3ª Idade – O Conselho Estadual está conseguindo fazer um acompanhamento próximo desses conselhos municipais?

Tupinambás de Santana de Oliveira Lima, presidente do CEDI-AC- Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do Acre– Não conseguimos. Tentamos alcançar alguns municípios, os de mais fácil acesso, mas sem grandes êxitos. No entanto, não deixo de repetir que esse é o caminho.

Jornal da 3ª Idade O que motiva a continuidade do trabalho?

Tupinambás de Santana de Oliveira Lima, presidente do CEDI-AC- Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do AcreA maior exposição da questão dos idosos em vários segmentos da sociedade nos alegra. Mesmo as secretarias que estão na composição do nosso conselho estão mais atuantes nas suas áreas.

Jornal da 3ª Idade – O Conselho Estadual tem o seu Fundo Estadual do Idoso?

Tupinambás de Santana de Oliveira Lima, presidente do CEDI-AC- Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do Acre– Temos criado por lei há três anos, mas até agora não tivemos acesso aos recursos que estão lá. Nas cidades, a única que já tem o Fundo é Conselho Municipal do Idoso criado é Cruzeiro do Sul, a segunda maior do nosso Estado.